Como a pandemia popularizou os ataques hacker?

Não existe nada mais praticável nos tempos atuais do que o famoso ditado brasileiro “a oportunidade é quem faz o ladrão”. A mais que o caos do setor de saúde pública brasileira e do colapso econômico, a pandemia de Covid-19 trouxe consigo também o crescimento significativo de ataques hacker.

A partir da segunda quinzena do mês março, diversos estados do Brasil passaram a adotar rígidas medidas de distanciamento social, e uma dessas é o trabalho remoto. Daí em diante, com os inúmeros dados espalhados em computadores pessoais e as máquinas de firmas conectadas em redes domésticas, protegerem todas as informações ficou inviável.

Ter em casa uma massa de trabalhadores remotos facilita muito o contato de cibercriminosos com os sistemas de empresas e também pessoais, mesmo usando redes virtuais privadas (VPNs). Os dados estão totalmente descentralizados, diferentemente do que aconteceria em escritórios, já que grane parte dos funcionários não usam configurações iguais.

Como os hackers passaram a agir?

De acordo com os dados obtidos pelo site Olhar Digital, em um período de tempo de 30 dias houve um crescimento de invasões cibernéticas de 148% em todo o planeta. No nosso país, numerosas pessoas foram afetadas por golpes quando precisaram se cadastrar no programa de auxílio emergencial do governo, por exemplo.

Hackers criaram diversos aplicativos que obrigavam todos os possíveis beneficiários a fornecer dados tanto pessoais, quanto bancários e, segundo uma sondagem do laboratório de segurança especializado no combate ao cibercrime (dfndr lab), 6,7 milhões de pessoas foram vítimas da invasão bancária por meios de falsos links de cadastro para esse auxílio do governo.

E os golpes não param por aí, com o crescimento exponencial de pesquisas sobre a doença e também do uso de aplicativos de entregas, diversos assaltos digitais aconteceram por meio de e-mails com links falsos oferecendo refeições e vantajosos cupons de desconto ou mesmo se passando por instituições de saúde aproveitando de identidade visual idêntica.

O cenário atual é certamente propício para a popularização dos ataques hackers, um número muito grande de pessoas precisou ter rapidamente todas as suas necessidades supridas por meio de aplicativos e sites, do mercado à farmácia, do trabalho à creche das crianças, tudo está sendo digitalmente realizado.

Muitos desses assaltantes do meio digital se aproveitam de toda a crise que está ocorrendo e da desinformação de muitos novos usuários da internet para disseminar malware e infinitas notícias irreais, não perdem a oportunidade de interromper diversas operações empresariais e andam roubando um valor muito alto.

Quais as iscas mais comuns?

Para que fique bastante atento, uma análise feita aponta seis vetores mais comuns de ameaça que os hackers fazem uso infectar aparelhos celulares e computadores utilizando da própria disseminação do Covid-19 como isca:

1- Mensagens de phishing (crime caracterizado pela enganação de pessoas leigas para que exponham informações confidenciais) relacionados ao acompanhamento da pandemia;
2- Criação maliciosa de aplicativos que tratam dos sintomas da doença ou de benefícios governamentais nesse momento de isolamento;
3 – Uso de domínios chamativos e integralmente inválidos com o objetivo falso de compartilhar as últimas atualizações de estudos sobre o coronavírus ou sobre a situação de isolamento de cada cidade;
4 – Ausência de programas de defesa nos equipamentos e softwares nas máquinas particulares das pessoas que estão trabalhando remotamente;
5 – Total ou parcial estado de vulnerabilidade de dados de pequenos fornecedores de informações;
6 – Contaminação trágica de sites de verdadeiros órgãos de saúde que estão sendo massivamente consultados nesse período.
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